A secção portuguesa da Amnistia Internacional saudou o diálogo e registou “preocupação” por parte dos diplomatas angolanos que receberam hoje na embaixada de Angola em Lisboa 42 mil assinaturas referentes a petições sobre direitos humanos em Angola.
A s assinaturas dizem respeito a petições pela liberdade dos 15 prisioneiros de consciência, detidos desde Junho, em Luanda (38.496 assinaturas) mas também sobre o caso judicial do activista Rafael Marques (884 assinaturas, sendo que a primeira campanha atingiu as 11 mil assinaturas) e outra que apela à libertação de Marcos Mavungo (2.271 assinaturas) condenado a seis anos de cadeia efectiva em Cabinda.
“Houve abertura ao diálogo, houve demonstração de preocupação relativamente aos casos em apreço e consideramos que a abertura à Amnistia Internacional, nestas situações, vai continuar. Esperamos que continue esta abertura”, disse aos jornalistas Antónia Barradas, responsável pelas relações institucionais e política externa da organização não-governamental.
“O feedback foi de preocupação e interesse nos casos que viemos expor”, sublinhou Antónia Barradas, sem especificar o teor das “preocupações” dos diplomatas, com quem esteve reunida na embaixada da República de Angola, em Lisboa, durante cerca de meia hora.
“A ministra conselheira Isabel Godinho esteve presente como encarregada de Negócios, o embaixador não pôde estar presente. No entanto, foram ouvidas as nossas pretensões. A ministra conselheira ouviu-nos e recebeu as petições dos vários casos e tomou boa nota e registou as pretensões da Amnistia Internacional”, acrescentou Antónia Barradas.
Foi também referido pela Amnistia Internacional o documento do relator especial de defensores de Direitos Humanos da ONU, Michel Frost, divulgado esta semana, e que foi subscrito por vários relatores de direitos humanos.
Segundo a responsável da Amnistia Internacional, o documento era do conhecimento da ministra conselheira e dos adidos da embaixada presentes na reunião.
“Foi reiterado o que já tínhamos referido na reunião com o Ministério dos Negócios Estrangeiros português: que, ao nível das Nações Unidas, foi recomendada a Angola que convidasse o relator especial de Liberdade de Expressão, convite que ainda não foi feito”, explicou Antónia Barradas.
Segundo a Amnistia Internacional, a maior parte das assinaturas que foram entregues hoje na Embaixada de Angola são de cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A AI apelou ainda à participação na vigília de solidariedade que se realiza hoje às 18:30 na Praça do Rossio, “pela libertação dos presos de consciência angolanos”, entre os quais Luaty Beirão, que cumpriu 36 dias de greve de fome em protesto contra o processo por tentativa de golpe de Estado a que estão sujeitos desde Junho.
O que o mundo sabe mas finge não saber è que està a tratar com um regime dirigido não por maus politicos mas por bandidos. E esses não pautam os seu actos baseados em convicções politicas e democraticas e so conhecem uma lei: a do cacete.